O que a série de boas notícias indica sobre os rumos da pandemia no Brasil?

O avanço da campanha de vacinação contra a Covid-19 no Brasil tem provocado a queda no volume de internações em leitos de UTI e no número de mortes pela doença. Além disso, a taxa de transmissão do vírus no país está em 0,88 segundo o Imperial College de Londres, valor mais baixo desde novembro do ano passado. Esse conjunto de dados indica o enfraquecimento da pandemia, que já matou mais de 540 mil brasileiros. No entanto, ainda não é hora de comemorar o seu fim. Ainda há fatores importantes de preocupação, como a chegada da variante mais transmissível do vírus causador da Covid-19 no Brasil, a Delta. Não se sabe a dimensão exata da circulação da nova variante no Brasil. Porém, um estudo da agência de saúde do governo do Reino Unido, divulgado no Brasil pela Fiocruz, na quinta-feira (15), traz notícias animadoras. Aponta efetividade superior a 70% na prevenção de hospitalizações pela Delta para quem recebeu apenas a primeira dose da vacina da Oxford/AstraZeneca. No caso da primeira dose do imunizante da Pfizer/BioNTech, essa efetividade contra casos graves sobe para 94% apenas com a primeira aplicação. Esse cenário, com mais de 40% dos brasileiros vacinados com a primeira dose, mais de 15% com a segunda, já abre caminho para alguns testes. Porém, novamente, é preciso manter a vigilância. Se não forem bem planejados, podem se transformar em armadilhas. No Ao Ponto desta segunda-feira, o epidemiologista Pedro Hallal, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), que coordenou o EpiCovid-19 BR, maior estudo epidemiológico sobre o coronavírus no Brasil, responde quando pode-se presumir a retomada de eventos públicos e aglomerações sem máscara. O especialista também explica por que ainda não é a hora de baixar a guarda nas medidas de prevenção.

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