O avanço do Centrão no governo Bolsonaro

Na quarta-feira (21), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que realizará uma “pequena mudança ministerial” na próxima semana para conseguir “continuar administrando o Brasil”. As alterações, que ainda não foram anunciadas oficialmente, envolveriam uma troca na Casa Civil, que pode passar a ser comandada pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI). Com a popularidade em baixa e a CPI da Covid, o movimento de Bolsonaro é mais um aceno de poder ao Centrão, bloco político que se tornou a base de apoio ao governo no Congresso. A mudança é uma aposta principalmente para melhorar a interlocução do presidente no Senado, onde a CPI avança na investigação de irregularidades que esbarram no governo federal. Além disso, Bolsonaro depende dos senadores para duas movimentações importantes relacionadas à sua base de apoio: a aprovação de André Mendonça, atual advogado-geral da União, para ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal, e a recondução de Augusto Aras à Procuradoria-Geral da República. Com a nomeação de Ciro para a Casa Civil, o general Luis Eduardo Ramos, atual ministro-chefe da pasta, passaria a comandar a Secretaria-Geral da Presidência, no lugar de Onyx Lorenzoni. Já Onyx seria deslocado para um novo ministério, que pode ser recriado para abrigar as áreas do emprego e da previdência. No Ao Ponto desta quinta-feira, a jornalista Mariana Carneiro, repórter em Brasília na coluna da Malu Gaspar, esclarece o que significa essa “dança das cadeiras” nos ministérios, e como ela pode aumentar o alcance do Centrão no governo Bolsonaro, um ano antes das eleições de 2022.

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