Volta às aulas: como o Brasil pode recuperar o ensino na pandemia

Fechadas desde março do ano passado para conter o contágio pelo novo coronavírus, a grande maioria das escolas públicas do país terá, em agosto, retomado as aulas presenciais. O avanço da vacinação contra a Covid-19 motiva esse retorno, mas o trabalho para recuperar o impacto deixado na educação ainda é longo. Especialistas estimam que o Brasil vai precisar de pelo menos três anos para superar as perdas no ensino por conta da pandemia. E o reforço do conteúdo é só parte desse desafio. O Brasil é um dos recordistas em períodos de escolas fechadas: 13 meses. É mais que o dobro da média mundial, de cinco meses, e acima também da média da América Latina, de 10 meses. Durante esse tempo, um levantamento feito pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostra que mais de 5 milhões de crianças brasileiras ficaram sem acesso ou tiveram acesso precário à educação no país. E entre as consequências dessa crise estão problemas como queda na aprendizagem, disparidade entre ensino público e privado, evasão escolar e até mesmo aumento do trabalho infantil. Esse impacto também foi mais cruel para as famílias mais pobres, o que torna o cenário de desigualdade do Brasil ainda mais evidente. No fim do primeiro semestre deste ano, apenas 2 em cada 10 estudantes brasileiros assistiam à aula na escola. E enquanto 40% dos filhos das famílias com renda mais alta podem ter esse acesso às aulas presenciais, nas famílias de baixa renda esse percentual é de apenas 16%. No Ao Ponto desta terça-feira, o colunista de educação Antônio Gois explica como é o plano que se desenha para a retomada das aulas presenciais na rede pública e quais são as medidas essenciais para reverter os prejuízos acumulados em mais de um ano de escolas fechadas.

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