As implicações da aliança militar que opõe EUA e França

No final de agosto, o último soldado americano se retirava do Afeganistão. Foram 20 anos de guerra contra o Talibã, que retomou o controle de Cabul antes mesmo do fim da missão americana no país. Na ocasião, o presidente Joe Biden indicou que a saída fazia parte de um movimento estratégico ainda maior, com a pretensão de mudar o rumo da atuação militar da maior potência bélica do planeta.  E a mais recente aliança militar do país com Reino Unido e Austrália diz muito sobre o futuro das operações dos Estados Unidos ao redor do mundo. As três nações se uniram para atuar no Pacífico Sul, ainda mais longe que o Oriente Médio e muito mais perto da China. A China, naturalmente, ficou contrariada. Porém, o desgaste se estende aos aliados militares mais importantes dos Estados Unidos. A Aukus, um acrônimo formado pelas iniciais em inglês dos três países, surpreendeu, especialmente, a França. Como parte da aliança, os governos britânico e americano vão transferir para a Austrália tecnologia para a construção de submarinos movidos a energia nuclear, mais rápidos e modernos. Com isso, porém, a Austrália rompeu um contrato bilionário para a compra de uma frota de submarinos convencionais franceses, o que provocou uma crise diplomática entre Paris e Washington. O governo francês tomou uma atitude grave e chamou para consultas seus embaixadores nos Estados Unidos e na Austrália. No Ao Ponto desta terça-feira (21), o professor da PUC-MG Eugênio Diniz, ex-presidente da Associação Brasileira de Relações Internacionais, analisa os detalhes e os efeitos dessa nova aliança militar. Ele também avalia a nova abordagem geopolítica do governo Joe Biden e adverte para a falta de clareza em suas ações.

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