A última análise sobre o uso da cloroquina contra a Covid

Mesmo com o avanço da vacinação contra a Covid-19, com reflexos positivos no Brasil e no mundo, o chamado “tratamento precoce” segue presente no noticiário. Apesar da farta literatura científica contrária ao uso de hidroxicloroquina, o principal item do chamado "kit Covid", o presidente Jair Bolsonaro resolveu levar a defesa desse suposto tratamento para seu discurso na Assembleia Geral da ONU. Mas o uso da cloroquina também voltou aos holofotes pelo avanço das investigações sobre a atuação da Prevent Senior na pandemia, e o uso indiscriminado de medicamentos não recomendados pela operadora de saúde para tratar da doença. Por isso, os médicos seguem analisando os dados já levantados sobre a cloroquina. A última revisão foi publicada esta semana pelo Jornal Brasileiro de Pneumologia. Um grupo de quatro médicos brasileiros fez uma revisão sistemática de ensaios clínicos que compararam pacientes que receberam hidroxicloroquina como profilaxia ou tratamento de casos leves e pacientes que receberam placebo. De um universo de 1.376 estudos, nove foram levados em consideração por atender os critérios determinados para essa análise. O médico Alexandre Naime Barbosa, membro do Comitê de Monitoramento da Covid da Associação Médica Brasileira e chefe da infectologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), é um dos participantes dessa avaliação. Segundo ele, não houve diferença entre o uso de placebo e o de cloroquina. "Infelizmente, essa meta-análise demonstrou que a cloroquina não ofereceu nenhum benefício para reduzir a hospitalização e nem reduzir o número de óbitos". No Ao Ponto desta quinta-feira, o médico explica os detalhes dessa análise dos estudos científicos e comenta as revelações da CPI da Covid sobre a atuação da Prevent Senior para a contabilização de óbitos de pacientes internados com a doença.

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