O que a CPI da Covid já esclareceu sobre as suspeitas na Saúde?

Após o adiamento da apresentação do relatório final pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), a CPI da Covid ganhou mais tempo para avançar em suas principais linhas de investigação. Em uma frente, os senadores apuram a compra de 20 milhões de doses da vacina indiana Covaxin, que é alvo de suspeitas relacionadas à intermediação do contrato pela Precisa Medicamentos. Em outra, analisam negociações entre servidores da diretoria de Logística da Saúde e prestadores de serviços de distribuição e armazenamento do ministério. Há ainda a análise sobre a atuação da operadora de saúde Prevent Senior, que admitiu mudar o prontuário de pacientes que receberam cloroquina e morreram de Covid. Nessas três linhas, embora já exista farto material de depoimentos e quebras de sigilo, a CPI ainda não respondeu a todas as perguntas. E na avaliação do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), integrante do colegiado que acompanha de perto os desdobramentos dos casos, nenhum dia de prazo pode ser desperdiçado para fortalecer o relatório final. No Ao Ponto desta segunda-feira (27), o senador Alessandro Vieira analisa, ponto a ponto, os achados mais importantes até aqui, como a atuação decisiva de lobistas com influência junto a pessoas próximas ao governo para o avanço de negociações irregulares do Ministério da Saúde. Ele também avalia o desafio para estabelecer conexões entre políticos e os principais investigados e aponta em que direção os trabalhos da comissão deveriam, em sua opinião, seguir nessa reta final. "Nós ainda temos que ouvir alguns agentes que são relevantes nesse contato entre lobistas, corruptores e autoridades. Nós temos figuras que, claramente, se encaixam nesse perfil", afirmou o parlamentar.

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