O que esperar do sucessor de Merkel na Alemanha?

A vitória do Partido Social-Democrata (SPD) nas eleições gerais da Alemanha, que ocorreram no último domingo, já marca o fim da Era Merkel, após 16 anos de governo. No entanto, a popular primeira-ministra ainda deve ficar mais algumas semanas no cargo. A disputa teve o resultado mais fragmentado da história do país no pós-Segunda Guerra e, por isso, os alemães ainda terão que aguardar algumas semanas para saberem, de fato, quem ocupará a cadeira de Merkel. O representante dos sociais-democratas, o atual ministro das Finanças e vice-chanceler alemão Olaf Scholz, negocia a formação de uma coalizão que garanta a maioria no Parlamento alemão. Scholz busca aliança com os Verdes e os liberais, naquela que deve ser a primeira coalizão tripartite da Alemanha desde 1950. Mas nem mesmo a sua liderança está assegurada. Caso o social democrata não consiga formam uma coalizão, Armin Laschet, da União Democrata Cristã, de Merkel, que ficou em segundo lugar, pode liderar a principal economia da Europa. As negociações em busca de um consenso devem se prolongar até o Natal. Até lá, Angela Merkel continua no poder e pode se tornar a pessoa que mais tempo ficou no cargo durante todo o período democrático do país, superando, inclusive, o mentor Helmut Kohl. Mesmo com a disputa aberta, o mundo tem ao menos uma certeza: Tanto um governo social democrata quanto um conservador não pretendem dar uma guinada na política alemã. E quem perde com isso é o governo de Jair Bolsonaro. No atual estágio das negociações, o partido Verde deve ficar com a ministério de Relações Exteriores, o que aumentará a pressão sobre políticas que desvalorizam a proteção ambiental. No Ao Ponto desta terça-feira, Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais da FGV, explica o que pode se esperar do substituto de Angela Merkel e por qual razão, embora a primeira-ministra tenha alta popularidade, seu partido foi derrotado nas urnas.

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