A eliminação do coronavírus e os cenários para o futuro

Com mais de um ano e meio desde que o primeiro caso de Covid-19 foi identificado no mundo, uma pergunta essencial continua sem resposta: como será a vida pós-pandemia? Um grupo de pesquisadores da Universidade Brown, nos Estados Unidos, traçou quatro possíveis cenários para esse futuro. Segundo o artigo, publicado na revista científica JAMA (Journal of the American Medical Association), o planeta poderá observar panoramas que envolvem desde a erradicação e a eliminação, até a coabitação e a conflagração do vírus. No entanto, tudo ainda depende do avanço da vacinação e das medidas de precaução que consigam frear novas mutações do Sars-CoV-2, o vírus causador da Covid-19. Ainda que seja difícil pensar na eliminação do vírus agora, com o surgimento de variantes mais transmissíveis, como a Delta, e os diferentes ritmos de imunização pelo mundo, esse não é um cenário impossível, de acordo com os cientistas. A teoria que considera as possíveis realidades pós-pandêmicas é a mesma que explica como surtos no passado viraram doenças relativamente controladas hoje. Rubéola e sarampo, por exemplo, chegaram a ser eliminados com uma alta cobertura vacinal em algumas regiões, embora continuem circulando em outras. Já a varíola é considerada uma doença erradicada. Mas, em relação a outros vírus, que ainda causam surtos eventuais, a sociedade teve de aprender a conviver com eles. Essa seria a situação de coabitação, que também pode acontecer no mundo com o novo coronavírus. Esse seria, também, o cenário hoje de países que controlaram a pandemia primeiro. No Ao Ponto desta segunda-feira, a epidemiologista Éthel Maciel, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), e o infectologista Alexandre Náime Barbosa, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), avaliam qual desses cenários é o que se desenha para o futuro do Brasil e de que forma o avanço da variante Delta pode ser uma ameaça ao fim da pandemia.

2356 232