A onda de frio e o alerta dos extremos climáticos para o planeta

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), entre a quarta-feira (28) e o domingo (1), a semana será marcada por uma onda de frio histórica em grande parte do país, com chuva, geada e até mesmo neve em determinados locais. A previsão ameaça plantações e exige cuidados com a saúde, mas também expõe os chamados eventos climáticos extremos, que ficam cada vez mais alarmantes com o aumento da temperatura do planeta. Os recentes recordes de calor no Hemisfério Norte, as enchentes na Europa e a onda de frio aqui no Brasil são alguns exemplos desses fenômenos, e especialistas apontam que eles reforçam a situação de emergência climática na qual o planeta se encontra. Embora agora não seja simples definir qual será o ponto de não retorno para essa crise, algumas necessidades imediatas são claras, como reduzir o desmatamento e as emissões de gases que agravam o efeito estufa. É nesse tom de urgência que, em agosto, o Painel Intergovernamental da ONU sobre Mudanças Climáticas (IPCC) divulgará seu novo relatório. O documento servirá de base para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP-26, que será realizada em novembro no Reino Unido. O evento promete ser decisivo para a atuação de nações como o Brasil, que, apesar de terem papel fundamental no debate, ficam atrás de países desenvolvidos que lideram hoje a discussão ambiental. No Ao Ponto desta quarta-feira, que integra o projeto pela sustentabilidade "Um só planeta", o físico Paulo Artaxo, professor da Universidade de São Paulo (USP) e integrante do Painel Intergovernamental da ONU sobre Mudanças Climáticas (IPCC), analisa o que a onda de frio no Brasil, o recorde de calor no Hemisfério Norte e as enchentes na Europa revelam sobre a mudança climática. Ele também avalia qual é o papel do Brasil na implementação de medidas que possam reverter esse cenário.

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