As salas de cinema conseguirão se reerguer?

Diversos cinemas já reabriram no país, com um rigoroso protocolo de medidas de prevenção contra a Covid. Outros, porém, continuam fechados porque o público custa a aparecer, levando o setor a acumular prejuízos. Se a comparação for com 2019, os números de 2020 e 2021 são devastadores. No ano que precedeu a pandemia, os cinemas faturaram quase de R$ 3 bilhões, contra menos de R$ 700 milhões no ano passado. No primeiro semestre de 2021, foram apenas R$ 255 milhões. Mas, observando apenas os dados de julho, a renda chega a quase metade do valor de todo o ano. Esse cenário recente, por pior que seja, encoraja o exibidor de filmes mais tradicional do Brasil, o empresário Luiz Severiano Ribeiro Neto, que concedeu uma rara entrevista ao jornalista André Miranda. "Agora, a gente já têm um caminho. No ano passado, a gente nem sabia para onde iria. Pelo menos, a gente já consegue ver uma luz", afirmou Severiano Ribeiro. Ele projeta que, em outubro, com o avanço da vacinação, o público começará a voltar com mais força. Até lá, os cinemas contam, por exemplo, com flexibilizações em contratos para reduzir as despesas. Ainda assim, nem todos conseguirão sobreviver. Em julho deste ano, na comparação com o mesmo mês de 2020, o Brasil perdeu mais de 500 salas de exibição. E as que não fecharam levarão ainda alguns anos para recuperar o prejuízo de praticamente oito meses com os projetores desligados. No Ao Ponto desta sexta-feira, o editor-executivo do GLOBO e crítico de cinema André Miranda conta detalhes da entrevista com Severiano Ribeiro e analisa os desafios dos cinemas para abrir as portas, apesar dos inúmeros obstáculos impostos pela pandemia e por novidades do mercado de filmes.

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